DIREITO À VIDA

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Concurso para juiz do Rio Grande do Sul terá, pela primeira vez, cotas raciais




Será reservado 25% das vagas a negros e a pessoas com deficiência. As inscrições para o cargo no Poder Judiciário estão abertas
Pela primeira vez, o concurso para o cargo de Juiz de Direito Substituto da Magistratura do Rio Grande do Sul terá a reserva de cotas raciais. A iniciativa consta do edital publicado no Diário da Justiça Eletrônico da última terça-feira (27/10). Das 60 vagas iniciais previstas, 20% serão reservadas a negros e 5% às pessoas com deficiência. Serão, assim, 45 vagas para ampla concorrência, 12 para negros e três para pessoas com deficiência.
A iniciativa tem como base a Resolução 203 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), de 23 de junho de 2015, que dispõe sobre a reserva aos negros, no âmbito do Poder Judiciário. As vagas reservadas que não forem preenchidas, serão revertidas aos demais candidatos de ampla concorrência, observada a ordem de classificação. A realização do certame ficará a cargo da FAURGS (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul).



Em abril de 2014, a Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul) e representantes do movimento negro entregaram ao presidente do TJ/RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul), José Aquino Flôres de Camargo, uma sugestão de projeto de lei sobre o tema. A matéria já foi aprovada no Órgão Especial quanto ao mérito, mas ainda precisa ser formatada antes de ser enviada à AL/RS (Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul).
Em reunião, os associados destacaram a importância da aprovação da lei sobre a reserva de vagas no Estado, independente da Resolução do CNJ. “É representativo que o Poder Judiciário do Rio Grande do Sul seja o autor de uma lei criando o sistema de cotas. É muito importante que os negros estejam em todo o serviço público. Trata-se de um resgate histórico que toda a sociedade tem com o povo negro”, salienta o subdiretor do Departamento de Direitos Humanos da AJURIS, Francesco Conti.
O procurador do Estado e integrante do movimento negro, Jorge Terra, também comemorou a iniciativa do sistema de cotas. “Penso que a aplicação do sistema de cotas raciais é a afirmação do Poder Judiciário como uma instituição que valoriza e reconhece a diversidade como instrumento de transformação social”, destaca.

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